terça-feira, 17 de julho de 2012

Entrevista à PressPlay

Esta entrevista foi efectuada por alunos que frequentam o curso de Jornalismo cujos nomes não me recordo.


Pensa que está a haver uma evolução na industria de videojogos Portugueses?
É certo que está a haver uma evolução na Industria dos VideoJogos Portugueses, ao longo dos anos temos visto alguns jogos comerciais a serem produzidos e agora com a produção de Under Siege tudo vai mudar.
Que sinais apontam para essa evolução?
Não parece muito justo o que vou dizer, mas é verdade. A industria nacional de videojogos actualmente está de olhos postos na Seed Studio e em todo o trabalho que fez, eles são actualmente os grandes responsáveis por brevemente ou dar-mos um grande passo em frente ou dois grandes passos para trás e carregam com este "peso às costas".
Quais os entraves para o desenvolvimento de videojogos em Portugal?
Existem dois obstáculos que fazem-nos andar de arrastão nesta industria. O primeiro é dinheiro, nitidamente ele não existe e os investidores são mais raros que diamantes.

O segundo é haver pessoas formadas na área, com experiência e conhecimento em áreas especializadas. O segundo nunca vai acontecer sem o primeiro, e o primeiro não evolui sem o segundo.

Tendo tudo isso em conta, Portugal não consegue incubar bons jogos. E é sempre bom relembrar que os bons jogos não são feitos só de grandes marcas, produtoras ou títulos, são especialmente bons porque são feitos por aqueles nomes que aparecem nos créditos, pessoas que trabalham duro e dão tudo por tudo durante a grande instabilidade que é fazer um jogo na fase alpha e beta, e depois ficam meses a polir um jogo nas suas fases "finais". Falamos "levemente" do que é produzir jogos, mas quase que se contam pelos dedos das mãos as pessoas em Portugal que tem essas capacidades. Mas tenho esperanças muito elevadas de que tudo isso vai mudar nos próximos 5 anos.
Há interesse na produção nacional?
O interesse existe porque temos um sentido de patriotismo e território muito grande sobre o que é feito por nós, mas o nosso público é extremamente hipócrita e considera que para apoiar um jogo basta joga-lo, e que o acto de o comprar é irrelevante porque estas empresas já estão cheias de dinheiro. A pirataria é sempre a primeira escolha do público Português. Por isso, sim, existe um interesse nacional de falar bem e consumir jogos de produção nacional, mas quando se fala em pagar por eles então a história já é outra.
Se queremos evoluir no mercado da produção de jogos, então temos de estar cientes que os produzimos para maiores e melhores mercados lá fora e que um dia, se o investimento fizer sentido, chegarão ao nosso mercado. Parece um pouco frio da minha parte, mas verdadeiramente acredito ser a realidade de hoje em dia.

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